O apocalipse será blogado

Então o fim é assim: nenhum flashback de anos em milissegundos, nenhuma luz acompanhada de uma voz gutural que, apesar da gravidade, te acalma (garante minha mãe). Em 2009, as trombetas do apocalipse são um pouco menos melodiosas: é “Rodei porque a fusão do Itaú com o Unibanco fez o meu chefe perder seu principal cliente”. Ou “Fui despedido porque trabalho numa divisão supérflua da minha empresa”.

Tem ainda a sua prima, aquela que vive ilegalmente em Boston há um ano, reclamando em tiopês no MSN: “num tm masi vag nenhm nem no Stbuks =( ” (“não tem mais vaga nenhuma nem no Starbucks =(”).

É a crise.

Fizeram com que eu acreditasse que Yahoo!, Nokia e Caterpillar demitindo 10% de sua força de trabalho são a representação contemporânea para o que soava tão mais interessante (esteticamente, ao menos) na Bíblia. E eu acredito. Acredito tanto que blogo sobre isso. Estou verdadeiramente apavorado. Você não?

Sinto saudades de quando eu era assombrado por um fim do mundo representado em um asteróide com aparência de batata desenhado em alguma enciclopédia empoeirada impressa nos anos 70. Ou de “The Day After”, com aquele cara sem-graça de “3rd Rock From The Sun” e “Síndrome de Cain”.

Mas a realidade é bem menos divertida, muito mais lógica e penosamente mais lenta. Wall Street quebra. Americanos obesos perdem seus SUVs e casas de madeira-que-parece-isopor. Os Estados Unidos quebram. A Islândia quebra (pensei agora: imagina se a Bjork lança um disco para ajudar seus compatriotas falidos? A situação só piora, minha gente!). O Reino Unido quebra. A Alemanha quebra. O Japão quebra. A gente dá um crédito a Lula e o Brasil realmente não quebra, mas volta a apresentar indicadores econômicos pré-Plano Real.

Então você perde aquela vaga que demorou tanto para conseguir, suga seu auxílio-desemprego, vende os móveis que ainda não acabou de pagar, usa a grana da rescisão para quitar a multa do contrato de aluguel, se enfia na casa de um amigo, fica lá por duas semanas até perceber que o melhor a fazer é voltar pra casa dos pais aposentados e manter um blog que custa 10 reais de hospedagem por mês, não dá muita grana mas te distrai do desmoronamento mundial.

Tem gente que acredita que o mundo só acaba mesmo em 2012, que o anticristo já está entre nós (oi, Putin), que o LHC vai derreter a Via Láctea. Talvez seja melhor me juntar a esse grupo que adora uma fantasia e não percebe que o fim já está aí pra quem quiser vê-lo.

Então, otimista que sou, desejo que um asteróide em formato de batata se materialize próximo a Júpiter e entre em rota de colisão com a Terra. E torço para que seu impacto esteja previsto para antes de eu ler a próxima manchete aterrorizante escrita pelo sujeito que perderá o emprego, venderá os móveis e voltará a morar com os pais.

Coelhinha da Playboy fala sobre assédio na Campus Party

Acompanhei pelo Twitter a última polêmica da segunda edição da Campus Party: o assédio à Ana Lúcia Fernandes, coelhinha ruiva da Playboy que ficava no estande da Abril Digital quando não estava circulando pelo evento nerd. No sábado (24), a moça, que é capa da Playboy de dezembro de 2008, teve a bunda apertada por um campuseiro. Aparentemente, o bronco o fez por conta de uma aposta com amigos.

A comoção em torno do caso aumentou quando uma foto de Ana Lúcia chorando foi postada no Flickr. Rapidamente, o espaço dos comentários da imagem foi tomado por uma discussão. Tem gente que, pelo visto, achou normal a mulher ser bolinada por lá.

Falei com Ana Lúcia por telefone. Ela não se lembra exatamente do nome do sujeito que a bolinou, mas confirmou que ele é mesmo o cara apontado no Twitter e no Flickr como responsável pelo assédio. E, na entrevista que me deu (publicada no Abril.com), afirmou que não vai processá-lo, mas que muda de ideia se ele mover alguma ação contra quem o acusou na web. Mexe com ela, mexe!

O que aconteceu na Campus Party, exatamente?
No sábado e no domingo o evento foi aberto ao público. Muita gente se aproximava e faltava com o respeito…

O que essas pessoas te falavam?
Ah, coisas como “Se eu tivesse uma mãe assim, mamaria até os 30 anos”. Eram as mesmas pessoas que tiravam foto com a gente todos os dias que falavam isso. Mas a maioria respeitou e tratou com carinho.

Alguém realmente apertou seu bumbum quando você tirava foto?
Eu já tinha tirado foto com esse cara (identificado no Twitter como LewisIceman) várias vezes. Aí ele deu uma apertada bem forte. Fiquei indignada, porque o tratei com carinho, com respeito. Falei: “Você tá louco? Tem noção do que fez?”. E como eu estava vestida de coelhinha, representando a Playboy, não podia perder a pose. Fiquei chateada. Sei que estou exposta a esse tipo de coisa, mas ele estava errado.

Isso já havia acontecido alguma outra vez?
Em dois anos e meio como coelhinha, essa foi a segunda vez. Da outra vez foi em uma festa da revista. O cara que fez isso foi colocado para fora do lugar.

Você chegou a ver as pessoas te defendendo no Flickr e no Twitter?
Vi sim, gostei. Eles defenderam todas as mulheres, não só a mim.

Você pretende tomar alguma atitude legal contra o cara que apertou seu bumbum?
Prefiro esquecer, processá-lo não vai me ajudar em nada. Mas se ele processar as pessoas (que o acusaram), como ameaçou lá no Flickr e no Twitter, aí eu mudo de ideia.

(Agradeço mais uma vez ao Samuel, do Flickr Skateonrails, por ter liberado a foto para uso lá no Abril.com)

Lost volta hoje!

“Lost”, minha série de ação preferida, a única capaz de fazer eu me comportar feito um hooligan em dia de Arsenal x Manchester United, volta a ser exibida hoje nos EUA! Celebrando, publiquei uma lista com os 20 momentos mais cheios de emoção, tensão, magia & sedução de todas as quatro temporadas lá no Abril.com.

Confira minhas cenas preferidas de “Lost” a seguir - em ordem cronológica, não de estupefação.

(O Sr. Bruno Dias, mais macabro, listou todas as mortes da série até hoje. Veja aqui.)

1. Jack abre os olhos e encontra os destroços
A primeira cena do primeiro episódio da primeira temporada de “Lost” dá o tom exato do que assistiríamos nos próximos anos: sem saber onde está ou o que aconteceu, Jack acorda e caminha desnorteado até encontrar uma praia cheia de sobreviventes e destroços do avião ainda em chamas.

2. Locke andava em uma cadeira de rodas
Um dos grandes choques do começo da primeira temporada vem em um flashback no quarto episódio, “Walkabout”: Locke era paraplégico até chegar à ilha.  Ninguém sabe ao certo como ele se curou. Mas o acidente que o levou à cadeira de rodas é explicado algum tempo depois, na terceira temporada.

3. Ethan não é um sobrevivente do acidente

Acontece no 10º episódio, “Raised by Another”. Infiltrado entre os sobreviventes do vôo 815, Ethan é descoberto por Hurley quando ele confere a lista de passageiros e percebe que o homem misterioso não estava no avião. É o primeiro contato do público com um “Outro”.

4. O sequestro de Walt

Um grupo dos sobreviventes passa parte da primeira temporada construindo uma jangada de madeira para tentar fugir da ilha. Nela embarcam Michael, Walt, Sawyer e Jin. No último episódio da temporada, o grupo finalmente coloca a jangada no água mas, horas depois, encontra um barco em alto mar. São os Outros, e eles levam Waaaaaalt.

5. A escotilha
Nos dois últimos episódios da primeira temporada, os personagens encontram uma escotilha que, à primeira vista, parece impossível de ser aberta. Jack, Kate, Locke e Hurley conseguem dinamite para explodir a porta (o pobre Arzt fica no caminho). Mas Hurley nota os números malditos – 4, 8, 15, 16, 23 e 42 - escritos no metal e tenta impedir a explosão. Tarde demais. Em um cliffhanger memorável, a câmera entra pelo tubo da escotilha mas não mostra o que diabos há lá dentro.

6. Por dentro da escotilha

O primeiro episódio da segunda temporada começa no que parece ser uma casa dos anos 70. Um homem acorda, se exercita e toma café da manhã ao som de um hit do The Mamas & The Papas. A gente só descobre que a “casa” é a famigerada escotilha do fim da primeira temporada quando o homem – Desmond, que se tornaria um dos personagens mais importantes da série a partir de então - observa Locke e Jack segurando suas tochas, tentando adivinhar o que encontrariam por ali.

7. Os sobreviventes da cauda
Jack, Locke, Sawyer & Cia não são os únicos sobreviventes do vôo Oceanic 815. No sétimo episódio da segunda temporada, “The Other 48 Days”, descobrimos que passageiros da cauda do avião caíram em outro lugar da ilha e sofreram o pão que Jacob amassou nas mãos d’os Outros e de uma líder esquentadinha, Ana Lucia.

8. O que aconteceu a Claire
Claire foi seqüestrada por Ethan no 11º episódio da primeira temporada (“All The Best Cowboys Have Daddy Issues”), mas foi só no 15º episódio do segundo ano (“Maternity Leave”) que descobrimos por onde a australiana andou: ela foi levada a uma estação Dharma onde Ethan, trajado como médico, aplicou-lhe uma injeção. Soubemos depois que o medicamento salvou a vida de Claire.

9. Michael mata Libby e Ana Lucia

Seqüestrado pelos Outros no fim da primeira temporada, Walt, o insuportável filho de Michael, é o responsável indireto por uma das reviravoltas mais chocantes da série. Chantageado pelo misterioso Henry Gale (que mais tarde se revelaria Ben Linus, líder dos Outros), Michael mata Ana Lucia e Libby a fim de libertar o prisioneiro e reaver o filho. A tragédia acontece no 20º episódio da segunda temporada, “Two for the Road”.

10. O responsável pela queda do avião
Descobrimos o que houve com o vôo no último episódio da segunda temporada, “Live Together, Die Alone”. Depois de naufragar na ilha, o “brotha” Desmond é levado para a escotilha, onde é encarregado por Kelvin, funcionário da Iniciativa Dharma, a colocar os números no computador. Após uma briga com Kelvin, Desmond deixa de digitar a combinação e a escotilha começa a tremer, como se fosse desmoronar. Ele não sabia, mas a falha que provocou no sistema naquele dia liberou uma grande carga eletromagnética da ilha, afetando um avião que passava por ali: o do vôo Oceanic 815, claro.

11. Desmond começa a ter visões do futuro
Após a explosão da escotilha no final da segunda temporada (que gerou outra cena incrível, a do céu cor-de-rosa), o “brotha” começa a ter visões estranhas, como se previsse o futuro. Entre outras coisas, durante o 8º episódio da terceira temporada (“Flashes Before Your Eyes”), Desmond revela que a vida de Charlie está em perigo. E, como sabemos, ele não estava errado.

12. Claire é irmã de Jack
A mais sinistra das ligações entre personagens de “Lost” é revelada no 12º episódio da terceira temporada, “Par Avion”. Claire descobre que é filha de Christian Shephard. Portanto, é irmã de Jack. Mas, claro, nenhum dos dois personagens sabe da ligação.

13. Locke é jogado da janela por seu pai
Sabemos desde a primeira temporada que Locke era paraplégico antes de chegar à ilha. Mas foi só no 13º episódio da terceira temporada, “The Man from Tallahassee” que descobrimos como ele foi parar lá: depois de roubar seu rim, o pai de Locke (maior filhodaputa de toda a série) joga o filho do oitavo andar de um prédio. Locke sobrevive, mas não pode mais andar.

14. A morte de Paulo e Nikki
Este momento só entra na lista porque tem um gosto especial para os brasileiros. Rodrigo Santoro participou de alguns episódios da terceira temporada como Paulo, personagem sobrevivente do vôo 815 que não caiu (sem trocadilhos) no gosto do público. Por conta disso, ele e sua companheira, Nikki, foram mortos pelos roteiristas/produtores (eles admitiram isso em podcasts). E a morte rola da maneira mais macabra possível: no 14º episódio, “Exposé”, o casal é picado por uma aranha que os deixa em estado de sono profundo. Tomados como mortos pelos outros sobreviventes, os dois são enterrados vivos!

15. Todo o último episódio da terceira temporada
No último episódio da terceira temporada, o público se despede de um de seus personagens mais queridos, Charlie. Na tentativa de salvar Desmond e a estação submarina, o músico se tranca em um compartimento e morre afogado. Mas, antes, consegue avisar ao brotha que o barco que os espera lá fora não é o de Penny. No mesmo episódio, Jack é visto em um funeral de uma pessoa desconhecida, mistério que foi esticado por uma temporada inteira. Logo depois, somos apresentados à maior inovação narrativa da série. Descobrimos que os flashbacks do episódio, na verdade, mostram Jack e Kate fora da ilha, no futuro. São flashforwards e significam o começo de uma nova era em “Lost”.

16. Aaron vira filho de Kate
Não só Kate e Jack conseguiram sair da ilha, como também Hurley, Sayid e Sun. Aaron, filho de Claire, é o sexto elemento dos Oceanic Six, o grupo de sobreviventes do vôo 815 que ganha fama mundial após ser resgatado. Como parte de uma história falsa bolada pelo grupo, o bebê é criado como filho de Kate, algo que só descobrimos na última cena do 4º episódio da quarta temporada, “Eggtown”.

17. O retorno de Michael
O cargueiro que chega à ilha atrás dos sobreviventes traz a bordo um passageiro familiar: Michael, que está no navio a serviço de Ben, sob o nome Kevin Johnson. O pai de Walt se revela a Sayid e Desmond no 7º episódio da quarta temporada, “Ji Yeon”. No capítulo seguinte, “Meet Kevin Johnson”, descobrimos o que aconteceu a Michael desde sua saída da ilha, na segunda temporada, até a reaparição na quarta, a bordo do navio.

18. Encontro com Christian na cabana de Jacob
No 11º episódio da quarta temporada, Locke está à procura da cabana de Jacob e acaba encontrando um mapa para o local dentro do macacão de um falecido funcionário da Dharma. Lá dentro, em uma das cenas mais assustadoras de toda a série, o personagem vê Christian Shephard e Claire, juntos e estranhamente calmos. Ao sair, Locke tem na ponta da língua a solução para salvar a ilha de ameaças externas: movê-la!

19. A ilha se move
Jacob manda, Ben faz. Após a revelação de Locke na cabana, Ben parte rumo à estação Orquídea. Lá dentro, mata Keamy, chefe dos mercenários do cargueiro, veste um macacão Dharma e move uma roda em uma sala coberta de gelo. Então, puf! A ilha some! A cena, inacreditável, é mostrada no último episódio da quarta temporada. Como já sabíamos há algum tempo, através dos flashforwards, Ben vai parar no meio de um deserto africano após a manobra inusitada

20. Locke está morto
No último episódio da terceira temporada, Jack vai a um funeral, mas ninguém sabe de quem. Um caixão é mostrado, mas a identidade do morto não é revelada. O mistério perdura por toda a quarta temporada e só é resolvido no último episódio: o funeral é o de Locke. Ninguém sabe como o personagem morreu ou apareceu ali – lembre-se que ele estava na ilha quando ela foi movida por Ben.

Oito maiores motivos de mimimi no Twitter

O Twitter é uma fábrica de reclamações. A pergunta “What are you doing?” e a simplicidade de uso da ferramenta estimulam updates impensados, espontâneos e, por isso mesmo, muitas vezes irritantes e repetitivos.

Mimimis (apelido carinhoso para reclamações na era da web 2.0) existem em qualquer timeline, mas oito assuntos parecem dominá-los. Check’em. Eu me encaixo em uns cinco.

8. Discussões sobre comida
Se você twitta direto do almoço naquele restaurante japonês incrível nos Jardins, espere por um reply dizendo que comida japonesa é horrível, que onde já se viu comer algo cru?, que bom mesmo é picanha!. Se você diz que comida japonesa é horrível, espere por um reply dizendo que você é louco!, que tem paladar infantil e que vai morrer aos 35 de infarto do miocárdio por causa dessa picanha que você acabou de elogiar.

7. PC lento

Você navega na internet usando um Celeron recauchutado, ouve música no iTunes, conversa no MSN e grava um DVD enquanto navega usando o Internet Explorer 6. Aí, emputecido com a lentidão da máquina, extravasa a raiva postando no Twitter através do Twhirl. Você merece cada crash do seu sistema, amigo.

6. Big Brother (ou qualquer programa que divida opiniões)
Se sua linha do tempo é dominada por tweets sobre o BBB (tipo “Hahahah, olha a Naiá de biquíni enfiado no rego!”ou “Esse Max se acha o artista, mas é muito babaca!”), a reação natural é… reclamar da invasão do seu Twitter por esse povo sem cultura que gosta de programas de TV superficiais, LÓGICO. Porque reclamar é sempre muito mais fácil que dar unfollow (#máxima do Twitter número 1).

5. Odeio Natal ou Odeio Casamentos ou Odeio Festa da Firma

Não precisa dizer. Poupe-nos de alguns mimimis. Acredite: se você prefere twittar suas mágoas para o mundo a encher a cara e se acabar de dançar num desses eventos, a gente já sabe sua opinião de antemão.

4. Namoro

Em relacionamentos, o Twitter funciona como uma versão web 2.0 daquelas frases auto-afirmativas que gente imatura coloca no MSN para provocar o(a) namorado(a) (“João - Não trato com prioridade quem me trata como opção!” ou “BeLLyNhAaA - StrOonGeRr ThAnnN YesTerrdaYYYxxx”).  O efeito é o mesmo: nenhum. O caminho natural é partir para indiretas. Que ficam cada vez mais diretas. E, por conta disso, cada vez mais mimimi.  Quando o namoro acaba, haja choramingo. Baseado nas leis de Morrissey (I was driving my car /I crashed and broke my spine / So yes there are things worse in life than / Never being someone’s sweetie), recomendo unfollow.

3. Blogueiros
Sou dos que acham um saco acompanhar tweets de pro-bloggers em um de seus dias de princesa testando as novas Havaianas em alguma ilha no litoral do Espírito Santo. Como a lei que rege as discussões sobre blogosfera parece ser “fight fire with fire”, a turma anti-jabá capricha na chatice.  E, em poucos minutos, sua timeline é tomada por mimimis de um assunto que não te interessa a não ser que você seja um analista de social media. Ou o Cardoso.

2. Trabalho
O Twitter bomba mesmo é no trabalho (se tem dúvida, observe o marasmo de sua timeline aos sábados e domingos). E já que acessos de raiva viram updates de 140 caracteres com grande facilidade no maravilhoso mundo dos microblogs, nada mais comum do que encontrar opiniões comprometedoras sobre chefes, colegas de bancada e refeitórios da firma no perfil mais próximo.

1. Clima
A típica conversa de elevador é o hit mimimi máximo no Twitter.  No verão, todo mundo deseja um ar-condicionado. No inverno, tudo o que todo mundo quer são alguns míseros raios de sol. Como falar mal do clima parece inevitável no meio, sugiro, pelo bem da sanidade de São Pedro, escolher um lado e só reclamar em uma das estações. Que tal?

O que Pedro Cardoso diria? [8]

Mulher siliconada arrebenta uma melancia com os peitões. E você acha a TV aberta brasileira uma merda…

(via Teco Apple)

Prepare-se: livro de Paulo Coelho chega aos cinemas em maio

A adaptação de ‘Veronika Decide Morrer”, livro de Paulo Coelho lançado em 1998, tem previsão de estréia para maio de 2009 no Brasil - tempo suficiente, portanto, para se preparar psicologicamente para a missão de acompanhar sua amiga fã-do-Mago ao cinema ou convencê-la a desistir da idéia (começa dizendo pra ela assistir a “Minha Vida Sem Mim“, dramalhão com a Sarah Polley dirigido pela espanhola Isabel Coixet, de temática semelhante e resultados provavelmente superiores).

Veronika Decides to Die“, nome original do longa que está por vir, tem sido apresentado como a primeira adaptação de um livro de Paulo Coelho para os cinemas, o que infelizmente não é verdade. “Veronika wa shinu koto ni shita”, baseado no mesmo livro do único-Imortal-brasileiro-capaz-de-fazer-chover, estreou no Japão em fevereiro de 2006 e não foi visto por ninguém.

Japoneses espertos.

Na nova adaptação americana, Kate Bosworth era a primeira escolha para viver a protagonista suicida que encontra um sentido para a vida quando, oh!, descobre que vai abotoar o paletó de qualquer maneira. Acabaram ficando com Sarah Michelle Gellar, que, realmente, tem cara de estepe.

Parênteses: pra não ser completamente injusto com a Buffy, digo que ela está muito bem em “Southland Tales” interpretando, pelo que percebi, uma versão mais burra e mais loira dela mesma.  O que me leva a crer que havia algo na água dos sets do filme de Richard Kelly, porque até Dwayne “The Rock” Johnson mandou bem na ocasião. Fim do parênteses.

“Veronika Decides to Die” é dirigido pela inglesa Emily Young, vencedora do prêmio da Cinefondation em Cannes em 1999 e ganhadora do troféu de revelação no BAFTA 2003.  O roteiro é de Larry Gross, colaborador antigo de Walter Hill, com quem trabalhou em”Ruas de Fogo” (1984) e “48 Horas”(1982). Mas, beware! Gross também foi o responsável pela adaptação do terrível “Prozac Nation” (2001), longa certamente mais próximo de “Veronika” do que dos filmes de Hill.

O trailer foi divulgado em dezembro no canal do nosso Dumbledore no YouTube:

O filme nem foi lançado, mas a prévia já carrega o selinho de aprovação alquimista. Nas palavras de Paulo Coelho, expostas no trailer: “Sarah Michelle Gellar retrata com emoção a Veronika que eu sempre imaginei”. A canção melosa que embala o olhar de “me superei, mereço um Globo de Ouro” de Sarah é “Come Undone”, de Greg Laswell.

A tagline do filme (aquela frase de efeito que estampa os cartazes) dá o tom do que nos espera: “When you find out you will die, that’s when you decide to live” (quando você descobre que vai morrer é quando você decide a viver”). Uhhh, arrepiou?

As próximas adaptações de livros de Paulo Coelho a chegarem aos cinemas devem ser “Onze Minutos” e “O Alquimista”, dirigido e estrelado por Laurence Fishburne.

Te cuida, Harry Potter!

8 x 5 - o que ouvi em 2008

Escutei menos álbuns do que gostaria, assisti a uns três shows que eu sempre quis ver, me decepcionei feio com um deles (Interpol), mas não tenho do que reclamar: o TV on the Radio soltou mais uma obra-prima, o REM fez apresentações memoráveis e entrevistei dois de meus ídolos indie (Spoon e The National). Eis o resumo do meu 2008 musical:

5 álbuns gringos

TV on the Radio – “Dear Science”

Jamie Lidell – “Jim”

Black Kids – “Partie Traumatic”

Drive-By Truckers – “Brighter then Creation’s Dark”

Vampire Weekend – “Vampire Weekend”

5 álbuns nacionais

Wado – “Terceiro Mundo Festivo”

Cello Zero – “Late Glitch”

Holger – “The Green Valley EP”

Curumin – “Japan Pop Show”

Macaco Bong – “Artista Igual Pedreiro”

Lista completa de todos os discos ouvidos aqui.

5 canções
Empire of the Sun –“Walking on a dream “

Cut Copy – “Hearts on Fire”

Jamie Lidell – “Figured me Out”

Black Kids – “Look at Me (When I Rock Wichoo)”

Drive-By Truckers – “3 Dimes Down”

5 clipes
Gnarls Barkley – “Who’s Gonna Save My Soul”

Justice – “Stress”

Primal Scream – “Can’t Go Back”

The BPA – “Toe Jam”

Kanye West – “Flashing Lights”

Bônus: Empire of the Sun – “Walking on a Dream”

5 shows

Spoon – Planeta Terra Festival (08/11/2008)

The National – Tim Festival (25/10/2008)

REM – Via Funchal (11/11/2008)

Conor Oberst – Studio SP (16/07/2008)

The Hives – Via Funchal (06/09/2008)

5 decepções
Interpol ao vivo no Via Funchal
Bloc Party, tanto faz se playback ou ao vivo
“Red”, segundo disco do Guillemots
“Here We Stand”, segundo álbum dos Fratellis
Ter perdido o show do Vaselines no Noise Festival

5 hypes que não me pegaram
MGMT
The Ting Tings
Shows da Madonna no Brasil (só fui à trabalho)
Fleet Foxes
“Third”, do Portishead

5 álbuns para 2009
Animal Collective – “Merriweather Post Pavilion”
Franz Ferdinand – “Tonight: Franz Ferdinand”
Midlake – “Courage of Others”
O quarto disco dos Strokes
O terceiro dos Yeah Yeah Yeahs

Saiu! Melhores filmes de 2008!

Sempre acho que só quem não foi muito ao cinema é capaz de dizer que o ano – qualquer ano - foi ruim para os filmes.

E fui bastante ao cinema em 2008. Vi quase 160 longas que entraram em cartaz. Então não dá para falar mal de um ano marcado pra mim como aquele em que Todd Haynes, Paul Verhoeven e a Pixar, todos donos de uma obra já admirável, se superaram.

Mas dá pra lamentar a ausência de algumas estréias por aqui. Quem agüenta essas distribuidoras cagonas que não lançaram “Chumbo Grosso”, “Redacted”, “Southland Tales”, “Lust, Caution” e “À Prova de Morte” nos cinemas, meu Deus?

Essas mancadas quase me fizeram mudar meu critério de anos para publicar uma lista de melhores filmes: sempre levo em consideração o lançamento das obras no circuito paulistano. Assim, “A Espiã” e “Shortbus”, que foram produzidos em 2006, entram na lista de 2008.

Mas em 2009, se a patifaria continuar, a coisa muda.

Antes dos melhores, revelo a lista dos filmes que toooodo mundo ama, menos eu. É a tradicional “Não, obrigado!”:

1. Sangue Negro (Paul Thomas Anderson, 2007)
2. Sweeney Todd (Tim Burton, 2007)
3. Ensaio Sobre a Cegueira (Fernando Meirelles, 2008)
4. Fim dos Tempos (M. Night Shyamalan, 2008)
5. Falsa Loura (Carlos Reichenbach, 2008)

“Fim dos Tempos” é praticamente a caveira do cachorro morto, então entra aí só para reforçar meu desgosto com o Shyamalan pós “A Vila”

Agora, o filé mignon (os filmes ganham pequenos comentários a partir do item 10 da lista):

20. Senhores do Crime (David Cronenberg, 2007)

19. Juno (Jason Reitman, 2007)

18. Serras da Desordem (Andrea Tonacci, 2007)

17. Hellboy 2: O Exército Dourado (Guillermo Del Toro, 2007)

16. Paranoid Park (Gus Van Sant, 2007)

15. A Fronteira da Alvorada (Philippe Garrel, 2007)

14. Canções de Amor (Christophe Honoré, 2007)

13. O Nevoeiro (Frank Darabont, 2007)

12. Estamos Bem Mesmo Sem Você (Kim Rossi Stuart, 2005)

11. Leonera (Pablo Trapero, 2008)

10. Encarnação do Demônio (José Mojica Marins, 2008)

Décadas depois de sua última produção, Mojica retorna assombrado por imagens: as suas, de seus filmes clássicos. Porque (voltara a) filmar no Brasil é mesmo um pesadelo. E o fracasso de bilheteria só comprova a tese.

9. A Questão Humana (Nicolas Klotz, 2007)

Mais assombrações do passado. Achou o título pomposo? Pois saiba que o diretor leva até o fim a ambição de mapear o mal estar da civilização a partir dos olhos de um simples gerente de recursos humanos. É preciso culhões para ser tão pedante, convenhamos.

8. Linha de Passe (Walter Salles e Daniela Thomas, 2008)

Se você é daqueles que não agüenta mais filmes sobre periferia e favelas, vá para a puta que te pariu ou assista à “Linha de Passe” sem o preconceito besta de quem acredita que “viu um, viu todos”. Olhares sensíveis e esforçados em sua tentativa de não julgar nem vitimizar ainda existem por aqui.

7. 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (Christian Mungiu, 2007)

O inferno da vida real é ainda pior em longos e rigorosos planos-seqüência.

6. Onde os Fracos Não Têm Vez (Irmãos Coen, 2007)

Um western que faz tic tac tic tac. Um monstro oscarizado que faz rir. E um desfecho que é fel puro. (”Queime Depois De Ler” é o antídoto).

5. Shortbus (John Cameron Mitchel, 2006)

O longa mais libertino e libertário em… sei lá, muitas décadas, foi responsável pela sessão de cinema mais memorável de 2008. Sério que ainda tem gente que se espanta com pintos eretos, vulvas e orgias em pleno século 21? Mesmo quando filmados com tanta leveza e humor e servindo de pano de fundo para um drama que diz respeito a todos nós? Que puxa.

4. Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (Sidney Lumet, 2007)

Um efeito dominó diabólico orquestrado pelo pulso firme de quem já viveu muito e sabe que a vida, meu amigo, é mesmo essa merda toda.

3. Wall-E (Andrew Stanton, 2008)

Uma ficção-científica infantil e romântica orquestrada pelo pulso de quem já viveu o bastante para saber que a vida, meu amigo, também pode mesmo ser tão bonita quanto um musical dos anos 60. (se você assistiu com seu [sua] namorado[a], o filme sobe duas posições no ranking)

2. A Espiã (Paul Verhoeven, 2006)

Se Nicolas Klotz tem culhões, Paul Verhoeven tem o quê? Como thriller de espionagem, é um desbunde. Como filme de guerra, é contundente feito “Glória Feita de Sangue”, de Stanley Kubrick. Mas é um filme de Paul Verhoeven – aqui, visto com o modo “filho da puta” ativado no último nível. No final, ele joga o balde de merda em outras cabeças: a minha e a sua.

1. Não Estou Lá (Todd Haynes, 2007)

Assisti na Mostra do ano passado e o choque estético perdura. Em uma onda de cinebiografias bunda-moles de músicos que são qualquer coisa, menos bunda-moles (”Ray”, bleargh; “Johnny & June”, eca!), Todd Haynes organiza um painel emocionante que, visto de (não muito) longe, forma um retrato preciso de um músico que (ironia das ironias!) foge de rótulos como o Oscar foge do Brasil. Pela sacada simples e pela execução de encher olhos e ouvidos, “Não Estou Lá”, número 1.

Vai dar tempo!

Ainda é Natal nas Casas Bahia!

Voltei a tempo de publicar listas de fim de ano. A primeira entra no ar hoje: os meus filmes preferidos de 2008. Ao longo da semana solto mais duas: a de videoclipes e a de canções.

Pensei muito a respeito de uma lista de álbuns e achei melhor não publicá-la. Ou publicar sem tanto destaque assim. Continuo e continuarei a ouvir discos completos e apreciá-los como uma massaroca que diz alguma coisa enquanto conjunto esteticamente uniforme (ui). Mas, ultimamente, tenho notado que músicas isoladas são capazes de me instigar mais do que um conjunto delas. Pra mim, a canção “Walking on a dream”, do Empire of the Sun, por exemplo, é mais relevante do que o “Viva La Vida”, do Coldplay, inteiro. Com esse exemplo, diz aí: você não concorda?

E como temos pouco tempo, a saída da listinha de músicas também é mais cômoda, claro.

Porque este é um blog honesto.

Não desisti!

Meu Athlon XP 1700 de mais de seis anos de idade - ou 83, no “tempo da informática” - pediu arrego. Num ataque de fúria, explodiu a fonte e estufou todos os capacitores da placa-mãe, pra você ver como esse velho era ruim.

Resistiu bravamente a anos sem formatações. Me ajudou a parir uma monografia de 120 páginas em 2006. Acumulou 80 gb em MP3, cinco temporadas de The Office e todos os filmes do John Cassavetes - e ai dele se não devolvê-los antes do enterro.

Enquanto um substituto não chega, este quintal aqui fica ainda mais abandonado.

(Eu bem pensei que abrir blog em fim de ano não era lá uma idéia brilhante!)

Güentae. Volto a tempo das listinhas de melhores e piores do ano.

(Alguma dúvida de que elas existiriam?)

O que Pedro Cardoso diria? [7]

Jean-Luc Godard lambe Brigitte Bardot com a câmera em “O Desprezo” (1963). Cena de nu mais bela da história do cinema?

No mercado paralelo

Publiquei um texto sobre a roubada do seguro-fiança no Eu Só Quero Um Lugar Pra Morar, blog (sobre, hum, assuntos imobiliários) que tenho com o Pedro Jansen.

Pois é, abri dois blogs ao mesmo tempo.

Pois é, seguro-fiança é uma TREMENDA roubada. Saiba mais .

Jornalistas só poderão cobrir dois shows de Madonna no Brasil

A MediaMania, assessoria dos shows de Madonna no Brasil, informou hoje que os jornalistas brasileiros poderão cobrir apenas dois concertos dela no país: 14 de dezembro, no Rio, e 18, em São Paulo.

Serão 20 ingressos por show, distribuídos a veículos “grandes”: portais, jornais e revistas de circulação nacional. Veja trecho do e-mail enviado à imprensa hoje:

Lamentamos informar que, de acordo com as regras mundiais observadas para cobertura de imprensa da turnê Sticky & Sweet de Madonna, não haverá credenciamento de imprensa para jornalistas em nenhum dos shows da referida turnê no Brasil.

Embora seja uma prática incomum no país, tal determinação está em conformidade com as regras observadas em todos os países por onde a artista realizou shows e não poderia haver uma exceção somente para o Brasil. Por favor observem abaixo as regras mundiais referentes à cobertura dos shows:

Sobre presença de jornalistas:

Serão fornecidos somente 20 (vinte) ingressos, respectivamente para os shows do dia 14 de dezembro no Rio de Janeiro e para o dia 18 de dezembro em S.Paulo, para veículos que queiram escrever resenhas sobre o show. Esses ingressos serão individuais, nominais e intransferíveis. Serão analisados pela produção internacional pedidos de principais jornais, grandes portais da internet e revistas de circulação nacional.

Os editores dos veículos interessados deverão por favor encaminhar uma solicitação com o nome deste jornalista, informando para que show - dia 14 no Rio de Janeiro ou dia 18 em S.Paulo - com os contatos e informações de quando e onde serão publicadas as resenhas.

Responderemos a todos após recebimento da lista final aprovada pela produção internacional.

Fotógrafos ficarão a 30 metros do palco e poderão registrar as três primeiras músicas. Filmagens serão proibidas: equipes de TV só terão acesso às imagens registradas pela produção da turnê, através da mesa localizada atrás do palco.

Madonna também liberou sua lista de exigências: 20 garrafas de champagne Veuve Clicquot refrigerados a -2º C, trezentas e noventa e duas toalhas brancas, Toddynho à vontade, 50 sanduíches BMT do Subway,  dois poodles pintados com anilina e  duas crianças da maior favela de cada cidade servindo tudo.

Brinks!

(último parágrafo em homenagem ao Phelipe)

O que Pedro Cardoso diria? [6]

Gary e Lisa trepam em todas as posições possíveis - para uma marionete - em “Team America: World Police” (2004)

Quatro coisas que não foram ditas sobre Michel Gondry em SP

E então fui à coletiva do francês Michel Gondry no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, na manhã desta sexta. Gondry chegou ao país – com um atraso de quase três horas – para divulgar uma exposição baseada em “Rebobine Por Favor”, sem último filme.

Informações e serviço sobre as oficinas e a exposição, que abre na terça (2),  eu publiquei lá no Abril.com.

Fora isso, há mais quatro coisas que eu acho que valem a pena serem contadas:

A primeira é que o MIS sempre me pareceu um museu pouco popular, no sentido mais, hmm, social do termo, e a impressão meio que se confirmou hoje, talvez à revelia do próprio museu: antes do início da coletiva, jornalistas puderam saborear quitutes preparados pelo restaurante Paris 6, onde Gondry assinará o livro da exposição na próxima segunda. Enquanto os coleguinhas se deliciavam com sanduíches, croissants, sucos e águas flavorizadas, um grupo de cerca de vinte crianças de uma escola da periferia paulistana observava a tudo com certa distância, como se houvesse ali uma vitrine separando os dois ambientes. Às 11h30 da manhã, a cena parecia saída diretamente do mais sórdido dos filmes de Sérgio Bianchi. Ninguém ofereceu comida para os moleques.

A segunda é que o sotaque de Gondry falando inglês é incompreensível. Meus conhecimentos de francês não ajudaram em nada: a entonação que ele dá a palavras, geralmente com ênfase na última sílaba, transforma inglês em grego arcaico. 


A terceira é a que a exposição merece mesmo ser visitada, mas só se for para participar ativamente da oficina de criação de vídeos. Não deve ter muita graça perambular por lá e apenas assistir aos trabalhos dos outros. Se resolver ir até o MIS, entre no site, inscreva-se para os workshops e rode seu próprio filme nos cenários criados pelo diretor (as vagas são bem limitadas e já estão acabando). A proposta é se divertir metendo a mão na massa com os amigos para rodar tosqueiras ao estilo das feitas por Jack Black e Mos Def no filme. 

Os cenários, 13 no total, são o máximo. Gostei principalmente do trenzinho em miniatura correndo sobre uma esteira, utilizado na filmagem de tomadas bem abertas de uma linha de ferro. Fora isso, ainda há um espaço que simula a cabine de um trem (com uma tela de LCD exibindo imagens de uma paisagem, para criar a ilusão de movimento), uma selva, uma “periferia”, um bar/mercearia, a locadora do filme (com roupas usadas pelos atores nas filmagens) e um brechó, onde você pode escolher o figurino que mais tenha a ver com seus personagens.

A quarta e última: sempre vi Gondry como um sujeito inovador, moderninho, especialmente por seus videoclipes (Chemical Brothers, Bjork, White Stripes, lista imensa) terem estabelecido padrões praticamente insuperáveis para a linguagem. Para minha surpresa, o francês se disse antiquado. Old-fashioned. Quase um carola. Ele contou que não deixa o filho jogar videogame – por temer que os jogos arruínem a criatividade do garoto – e que até reconhece o valor da tecnologia para a criação, mas acredita que ela raramente faz as pessoas se aproximarem fisicamente (o “senso de comunidade”, para ele, é algo bem importante).

Só depois parei para pensar que essa atitude antiquada se reflete perfeitamente na obra do cara. Gondry raramente usa efeitos especiais digitais. Quando precisa, o faz com a maior discrição possível (veja os de “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, por exemplo). Na maioria das vezes, ele usa animações, truques de montagem e efeitos ópticos relativamente simples para conseguir os efeitos desejados. O melhor exemplo que me vem agora é o clipe de “Let Forever Be”, dos Chemical Brothers, basicamente uma longa seqüência de ilusão de ótica.

 

Ou seja: dá pra sacanear o sotaque, detestar as peripécias visuais e narrativas do cara, dizer que ele é frio e o escambau. Mas acusá-lo de incoerência? Nope.

(fotos são do Marco Hovnanian - mais fotos da exposição estão lá no Flickr dele)

Dançando para dentro com Mallu Magalhães

Marcus Preto entrevistou Mallu Magalhães para a Época SP, em edição que deve chegar às bancas amanhã. Na segunda pergunta:

- Você sai para dançar?

Resposta:

- Dentro de mim, lógico.

A introdução dá o tom do restante da entrevista: uma coleção de respostas que Mallu, aos 16, parece ter montado colando citações de músicas de Marcelo Camelo e Caetano Veloso aleatoriamente.

Até aí, normal.  Adolescentes sempre querem parecer mais adultos do que são.

Mas nem todos namoram um cara famoso e tão mais velho. Nem todos têm um disco lançado com um produtor tão requisitado. Nem todos ouvem Dylan desde o berço (certeza que isso faz mal!).

Liv Brandão resumiu bem: criaram um monstro. Não Mallu, que só está sendo adolescente à maneira dela.  Criaram um monstro em torno do disco, do fenômeno, do namoro. Só espero que ela suporte o assédio ainda maior - que virá em breve, acredite - e não termine engolida e regurgitada por ele.

Ter 16 anos e não ser famoso já é complicado demais. Ter 16 anos e ser Mallu Magalhães neste momento deve ser um INFERNO.

(Foto: Flickr do Radar Cultura)

Madonna regula acesso de jornalistas aos shows no Brasil

A fofoca do dia sobre a passagem de Madonna no Brasil diz que a velha botocada rainha do pop está regulando a distribuição de credenciais em seus shows por aqui. Madonna teria liberado apenas seis veículos para cobrir as apresentações. Todos serão escolhidos pela assessoria de imprensa da turnê (se você tem dois neurônios, já pode começar a listar alguns: Globo, Folha…)

Fotógrafos poderão registrar apenas as duas primeiras músicas dos shows. Depois disso, serão retirados dos estádios.

Agora ‘tá explicado porque todas as fotos da turnê “Sticky & Sweet”, seja em Las Vegas, seja em Paris, são exatamente as mesmas.

Datas do Radiohead no Brasil estão no site da banda

Incrédulos, acreditem:

 

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E, conforme dito ontem, a Ilustrada publicou a matéria hoje com todas aquelas informações e mais uma boa notícia: os ingressos vão custar R$ 200 (estudantes pagam meia), preço único para assistir à banda por aqui. Ou seja: nada de área VIP! Serão 30 mil ingressos para São Paulo e 35 mil para o Rio. Vendas a partir da meia noite de quinta (4) para sexta (5) no Ingresso.com.

Aliás, o Ingresso.com é o responsável pelas vendas online de ingressos para o show de Elton John em janeiro e, para este evento, comercializa não só as inteiras, mas também as meias! Então talvez ninguém tenha que enfrentar filas no Pacaembu (certamente grandes) para garantir ingresso de estudante.

Datas do Radiohead no Brasil - é sério! (Tomara!)

Copio o Perez MESMO!

Radiohead faz shows no Brasil em 20/3/2009 (uma sexta) na Praça da Apoteose, Rio, e 22/03 (domingo) na Chácara do Jockey, São Paulo. Estas informações, que rolaram há pouco na comunidade da revista Bizz no Orkut, devem ser publicadas na Folha de S. Paulo desta quinta-feira (27), na Ilustrada, com reportagem do Thiago Ney.

Os ingressos devem começar a ser vendidos no dia 5/12 (sexta-feira da semana que vem!) no Pacaembu e no Maracanãzinho. E, na web, via Ingresso.com. Já sei o que fazer com a primeira parcela do décimo terceiro.

Ah! Chácara do Jockey, pra quem não se lembra, foi onde aconteceram o Claro Q É Rock, em 2005, e o About Us, este ano.

Esperemos a confirmação na Ilustrada de amanhã, mas acho que não tem erro: a fonte da informação lá no Orkut é QUENTE e trabalha no jornal.

UPDATE: Lúcio Ribeiro acabou de dar as duas datas na Popload e diz que podem confirmar uma terceira, em SP, no dia 23/3!

O que Pedro Cardoso diria? [5]

Sexo virtual com coprofilia em “Eu, Você e Todos Nós” (2005), de Miranda July.

Back and forth. Forever!