22.11Esqueça “Crepúsculo”: vá ver “Let the Right One In” agora!
Perdi as sessões do hypado filme sueco ”Let the Right One In” na Mostra de São Paulo, exibido como “Deixa Ela Entrar” por aqui. Muita gente de confiança parece ter se apaixonado pelo longa de Tomas Alfredson, baseado em romance de John Ajvide Lindqvist, então não resisti à tentação de baixá-lo.
E se nem “À Prova de Morte”, último de Quentin Tarantino, deu as caras no nosso circuito, não colocaria minha mão no fogo pela distribuição local de um sanguinolento filme infantil sueco de vampiros.
Pois também me apaixonei pela relação da vampirinha Eli com o pobre loser Oskar, ambos de 12 anos. À primeira vista, “Let The Right One In” impressiona por mandar às favas um paradigma de filmes de horror ao envolver crianças em situações que o cinema americano costuma reservar a jovens que acabaram de perder a virgindade. Dois garotos chegam a ser desmembrados em certo momento do longa, mas em Tomas Alfredson sobra a sutileza que falta a diretores de sextas-feiras 13 e jogos mortais. Essa cena, acredite, é uma das mais bonitas do filme!
É o olhar carinhoso e sensível de Alfredson que extrai beleza e romance deste banho de sangue rated R. Em muitos sentidos, lembra o “Conta Comigo” de Rob Reiner - dá pra encará-lo também como uma parábola sobre perda da inocência e ritos de passagem -, e tome isto como um puta elogio.
Pelo que andei lendo, John Ajvide Lindqvist, autor da obra que deu origem ao filme, é tão responsável pelo sucesso do projeto quanto o diretor. Já consagrado na Suécia como um promissor escritor de horror, ele também é autor do impecável roteiro do longa. E tem bom gosto: o nome da obra vem de uma canção do Morrissey, “Let The Right One Slip In” (faixa bônus do disco “Viva Hate”)!
Lindqvist não chegou a escrever uma continuação da história, publicada originamente em 2004 e disponível em inglês. Há um lindo gancho para uma seqüência, mas não acredito, nem quero, que a trama seja retomada.
Porque “Let the Right One In”, graças a deus, não é “Crepúsculo” (o best-seller teen sobre vampiros descolados que acabou de ganhar versão para os cinemas), e espero que não se transforme em um ao ser adaptado por Hollywood. O remake está previsto para 2010 (a janela, ao contrário da cara de pau desse povo, é cada vez menor!) e será dirigido por Matt Reeves, de “Cloverfield” (torço para que ele seja mesmo tão apaixonado pela história quanto dá a entender aqui).
Esta é uma das duas obras de Lindqvist existentes em inglês. A outra, “Handling the Undead“, está indisponível por enquato (deve ser lançada em breve no Reino Unido). Como o nome entrega, traz mortos-vivos na trama. Tudo o que li foram pequenas sinopses, que revelam pouco: aparentemente, o foco está na reação emocional dos suecos ao retorno dos mortos, sem muito em comum com as tramas políticas à la Romero. A julgar pelo que vi, não duvido que Lindqvist consiga trabalhar a mitologia de zumbis com a mesma sensibilidade que transformou “Let the Right One In” em um adendo bem-vindo às histórias de vampiros.
Alguém aí sabe sueco?
Linka o cinema sem cena ai lado, mano.
November 24th, 2008 at 4:59 pm
Boa dica, não sabia da existência deste filme Diego! A Mostra esse ano não existiu para minha pessoa hehehe. Vou providenciar….
November 25th, 2008 at 7:18 pm